Em tempos de eleição, principalmente para Presidente da República, somos tomados pelo entusiasmo e a esperança de que dias melhores virão. Mas, passando este período de ideias promissoras, advém a frustração.
Aproveito o momento para fazer uma reflexão a respeito da educação, assunto talvez o mais abordado por todos os candidatos a cargo de qualquer natureza. Não vou me ater a dados ou índices até porque, geralmente, os índices apresentam dados importantes e reais sobre a situação, mas quase sempre são interpretados da forma de como melhor convier aquele a quem se propôs a fazer uso deles, se lhes são favoráveis, tem um discurso, e se não são, usam para acusar ou condenar a quem quer que seja, e como estou fazendo apenas uma reflexão, busquei constatar a realidade nua e crua, onde os dados podem ser visto e confirmados a olho nu, sem maquiagem ou reboco.
Esses dias quando li em uma revista semanal, dessas de maior circulação, onde uma personalidade de renome dizia “educação é tudo”, isso com certeza não é uma frase original, até porque a todo o momento ouvimos sendo pronunciada como muita ênfase, por políticos, empresários, religiosos, e até mesmo pessoas comuns. E concordamos plenamente, pois acreditamos que sem a educação, ninguém vai a lugar nenhum, e se vai, é com muita dificuldade.
Agora, o que não entendemos, e nem concordamos, mesmo sem entender, o porquê da distancia entre o discurso e a realidade que nos cerca.
Jovens ansiosos por dar continuidade aos seus estudos viram no ENEM, mesmo com todas as trapalhadas (provas roubadas, SISU classificando e desclassificando aluno, e outras coisas mais) uma possibilidade única de frequentar uma boa faculdade, e assim ter a profissão que sempre sonharam. Porém, apesar das noticias de que foram contratados tantos e tantos professores, muitos até momento, passam dias e dias e até meses, sem aulas de disciplinas essenciais, por falta de professor. Por outro lado, ouve-se constantemente, por parte daqueles que tiveram ou estão no poder de que, deram aumento e mais aumentos, valorizam o professor, isso e aquilo outro, e, no entanto, o que vemos são professores reclamando, não aumento, mas perdas salariais de anos e anos e não pagas.
Diante disso, que é apenas uma fagulha dos problemas que a educação e aqueles que dependem dela enfrentam, eu me pergunto: o que é mesmo educação? Por acaso, existem ideias e conceitos diversos para uma mesma educação? Por acaso, existe um educação que permeia os discursos, as páginas dos jornais e das revistas, na cabeça nas pessoas, e outra que é vivenciada de forma nua e crua por estudantes e professores, que veem educação um forma de realização pessoal porque é o único meio de fazer com sejamos cada vez mais humanos?
Com certeza todos sem exceção acreditamos que educação é tudo. Mas para alguns, talvez esse tudo represente uma ameaça. Através da educação, ficamos mais críticos, mais atentos e menos omissos e até rebeldes, como muitos dizem quando alguém é consciente de seus direitos e deveres. Penso que ai está à chave da questão. Educação é tudo, por isso, não pode ser para todos, porque senão, muita gente teria que mudar o discurso.