quarta-feira, 27 de maio de 2009

QUE PAÍS QUEREMOS?

Tenho em minhas mãos, pela primeira vez, um livro do famoso biólogo educador, Humberto Maturana, “EDUCAÇÃO E LINGUAGEM NA EDUCAÇÃO E NA POLÍTICA” no qual faz uma análise sobre o papel da educação chilena com relação aos jovens.
Uma característica dos grandes pensadores é que, tudo o quanto escrevem, serve de base para reflexão, em qualquer lugar do planeta, isso porque ao responderem os questionamentos, mesmo sendo de um problema particular, neste caso a educação do jovem chileno, nos fornecem subsídios para confrontarmos com a nossa realidade.
Mesmo antes de ler todo o livro, algo me chamou bastante atenção quando ele diz ao ser inquirido sobre qual a serventia da educação chilena para os jovens, e questiona: “que país queremos?
Talvez esteja ai a chave do grande mistério. A reestruturação da sociedade, a busca de um novo conceito de educação, voltada principalmente para formação de uma nova mentalidade, a educação vista, não como parte, mas como algo que também é todo.
Pensa-se, fala-se, discute-se, muito sobre educação, mas jamais ouvimos, lemos, falamos em educação como resultado e como componente, para a formação de um novo país, fala-se sobre o crescimento da economia, em PIB, crescimento do emprego, da indústria, da ciência e da tecnologia.
O que se observa aqui no Brasil, é que enquanto todo o resto cresce, de forma satisfatória e alvissareira, a educação fica só em números. Novos modelos são copiados com muito alvoroço, e num passe de mágica, tem se a idéia de que a educação deu um passo rumo à qualidade e ao desenvolvimento. Todo mundo na escola. Porém, a realidade é bem diferente.
Constantemente, deparamos com jovens que terminaram o ensino médio, e não sabem ler, escrever, entender um enunciado, ou seja, existe por este Brasil a fora, um grande número de jovens, que passaram quinze anos, ou mais, na escola. Houve gastos, investimentos, melhoria da estrutura física da escola, investimento na qualificação de professores, implantação de laboratórios de ciência e informática, distribuição de livros didáticos, paradidáticos, farda, merenda. E o resultado?!.
Para Maturana “não se pode refletir sobre a educação sem antes, ou simultaneamente, refletir sobre essa coisa tão fundamental no viver cotidiano que é o projeto do país no qual estão inseridas nossas reflexões sobre a educação”.
Dessa forma, acredito que não é copiando, o que deu certo ali ou acolá, que construímos um país, mas com um conceito de que a educação é o todo. Mesmo quando o essencial é o lucro do econômico e financeiro, aplicar em educação, e ter como resultados: pobreza, analfabetismo é simplesmente devastador.

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