Vivemos no mundo em que a tecnologia tornou-se um fator essencial para a nossa vida, já não conseguimos nos imaginar sem um aparelhinho para nos controlar, seja o relógio, o celular, o vídeo o ipod, e assim por diante.
Na educação, isso não é diferente. È computador, data show, lousa magnética, notebook em sala de aula e outras coisas mais. Diante disso um ator essencial do processo de ensino aprendizagem, que é o professor foi para a berlinda, e a todo momento se ouve, se lê, se fala impulsivamente, de que se o professor não se modernizar não poderá acompanhar o desenvolvimento tecnológico. Professores excelentes, que contribuíram na formação de vários profissionais, de repente porque não usam um computador ou qualquer tecnologia moderna, pouco importa se porque não gostam, ou não sentem necessidade de utilizar, são marginalizados, às vezes até ridicularizados diante de seus colegas, por não optarem por essa nova forma ou essa nova maneira de ver a aprendizagem.
Eu me pergunto, porque isso agora?. Exatamente no momento em que se fala tanto de ética, de respeito aos direitos individuais e coletivos da pessoa humana?
Por outro lado, os avanços tecnológicos são tão rápidos que é impossível, mensurar se os resultados para o processo de ensino aprendizagem estão alcançando o que preconiza a Lei que rege a educação nacional quando diz: o ensino terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. (LEI 9394/96 Art.32).
Revistas especializadas em educação são categóricas ao afirmar que o momento necessita de um novo professor, um professor que saiba lidar com as novas tecnologias, por que um novo aluno surgiu para transformar a educação, um aluno que já nasce lidando com a tecnologia. E ai, onde fica a experiência, os anos de estudos deste profissional, o conhecimento acumulado ao longo dos anos, tudo isso foi de água a baixo, apenas porque não sabe ou não quer lidar com aparatos da modernidade.
Precisamos evoluir, acompanhar o desenvolvimento tecnológico, mas não podemos de forma alguma, jogar todas as fichas de um só vez, numa coisa que ainda não faz parte de pelo menos um quantidade expressiva da população. Há coisas mais urgentes. E nada pode sobrepor o respeito à dignidade humana.
Diante disso, convido-lhes a pensar um pouco. Quantas crianças em idade escolar têm acesso à internet no Brasil? Quantas escolas estão habilitadas a receberem computadores? Estão às escolas munidas de bibliotecas, salas de aulas, espaço físico para a criança se desenvolver suas habilidades físicas? Quantos professores recebem a atenção devida a sua profissão, tendo acesso à qualificação em serviço, local adequado para preparar suas aulas, apoio dos gestores às suas iniciativas? Quantos profissionais da educação recebem apoio, moral, psicológico, jurídico e até social, por parte dos órgãos competentes? Quantos professores recebem os cumprimentos por parte dos pais, alunos ou colegas no dia dedicado a ele ou final das atividades letivas?
Professor, não deve ser reverenciado porque os profissionais um dia, receberam dele alguma instrução, nem é o único culpado pelo fracasso do aluno. Seja ele um preceptor, esteja em sua cátedra ou mediador, sempre contribui, assim como outros profissionais para construção de um mundo melhor.
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